quinta-feira, 1 de outubro de 2009

É TEMPO DE GUERRA NO MAR!


Essa semana foi veiculada na imprensa a notícia que a Petrobrás terá que pagar uma indenização financeira a 96 famílias de pescadores de Magé, da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

No entanto, a decisão não se refere em nenhum momento ao assassinato de Paulo César Santos, de 45 anos, que foi morto apenas seis horas depois da interdição das obras da empresa GDK, que ocorreu por denúncias da Associação dos Homens do Mar (Ahomar) da qual Paulo era tesoureiro.

A descrição desse assassinato é bárbara: três homens brancos entraram na casa do pescador e o retiraram. Sua esposa e filhos permaneceram no interior, ouvindo as agressões e gritos. O pescador levou pancadas durante meia hora. Paulo foi assassinado com cinco tiros, sendo três no rosto e dois na nuca. Os matadores fugiram, da casa, levando alguns papéis. Estavam em um golf branco, com a placa vedada.

Também não há notícias sobre as investigações das inúmeras ameaças de assassinato que o presidente da AHOMAR, Alexandre Anderson, já sofreu e o sério atentado no último 1° de maio.

Quem está com as mãos sujas nesse caso? Quem foram os mandantes? Quem executou de fato? Será que a indenização, apesar de uma vitória importante dos pescadores, se tornará o cala boca de um assassinato impune?

Postamos uma singela homenagem aos pescadores de Magé, lutadores, e especialmente ao trabalhador Paulo e sua família, com a música de Eliseth Cardoso, chamada Ginga Muxique. Clique aqui para ouvir.
Toda a nossa solidariedade!

Abaixo leia a notícia

PETROBRÁS TERÁ DE PAGAR SALÁRIO MÍNIMO A 96 FAMÍLIAS NO RIO

A Petrobras terá de indenizar em um salário mínimo por mês 96 famílias de pescadores de Magé, no Rio de Janeiro, que foram afetados pela instalação de gasodutos na Baía de Guanabara. A empresa tem até o fim de outubro para cumprir a decisão. A ordem foi julgada pela Justiça, a pedido do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro.

De acordo com o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, as 96 famílias foram prejudicadas pois o reboque e o afundamento dos dutos submarinos, nos projetos do Gás Liqüefeito de Petróleo (GLP) e Gás Natural Liquefeito (GNL), levaram à criação de zonas de exclusão de pesca, o que causou prejuízos para estas pessoas.

A Justiça também determinou que a Petrobras complemente, no prazo máximo de quatro meses, os estudos e os relatórios de Impacto Ambiental que geraram o licenciamento pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente(Inea), outro réu na ação. O objetivo do novo estudo é identificar os pescadores afetados pela Petrobras. Se ela não cumprir às ordens judiciais, pagará multa diária de R$ 20 mil.

A decisão também determina que o Inea cobre da Petrobras, em futuros licenciamentos, que os Estudos de impactos ambientais prevejam o ressarcimento dos prejuízos das famílias de pescadores atingidas pelas obras.

Com a decisão judicial, as empresas GDK e Oceânica, fornecedoras da Petrobras, deixaram de ser rés no processo.

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4014185-EI8139,00.html

Um comentário:

  1. Prezada amiga "Elizeth Cardoso", são atraves de pessoas como você que temos esperança de um mundo melhor !
    Agradeço seu comentário e sua preoculpação pois na "Baía de Guanabara"; as coisas estão difíceis para com os "pescadores", além do "Meio Ambiente" degradado temos ainda muito relatos de "violência" contra verdadeiros cidadões, trabalhadores que são chamados de "pescadores artesanais", que hoje vivem uma triste realidade a sua enevitável "extinção".
    Ainda resistindo e lutando !
    Grato,

    ALEXANDRE ANDERSON
    Presidente
    "Grupo Homens do Mar da Baía de Guanabara"

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