terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Blog da Rede lança Cine Pescador


O Blog da Rede Solidária da Pesca está lançando mais uma sessão em seu espaço virtual: o Cine Pescador. Esse espaço será para a postagem de vídeos relacionados a Rede Solidária da Pesca, aos projetos com pescadores, videodocumentários interessantes, enfim, filmes curtos que possam contribuir com o nosso trabalho e a mostrar o universo da pesca no Brasil e no mundo. Espero que gostem e que nossos companheiros/as de jornada enviem material para inserirmos aqui.

Para início desse lançamento, estamos postando o filme: "Uma Pesca no Inferno", que retrata as relações entre a exploração das grandes indústrias pesqueiras européia da costa marítima africana e os pescadores artesanais daquela região. Depois postamos a ficha técnica completa.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Estiagem afeta 3.800 famílias e deixa 14 municípios em emergência no Amazonas


07/12/2009 - 20h29
Ana Sachs
Do UOL Notícias

A falta de chuvas no Amazonas já deixou um saldo de 14 municípios em estado de emergência. A estiagem atinge principalmente o entorno de Manaus - que sofre ainda com as densas queimadas, cuja falta de chuvas impede que a fumaça se dissipe - e a região do Alto Rio Negro, segundo o coronel Roberto Rocha, coordenador da Defesa Civil do Estadual.

De acordo com ele, cerca de 2.000 famílias foram afetadas de alguma forma (pela falta de água, alimentos, transporte, etc.) no entorno de Manaus, sendo que dessas, entre 600 e 1.000 estariam isoladas por conta da seca nos rios. Outras 1.800 famílias foram afetadas na região do Alto Rio Negro, principalmente nos municípios de Santa Isabel e São Gabriel, ambos em estado de emergência.
Seca no AM pode se prolongar até 2010

Além de cestas básicas, filtros e hipoclorito de sódio estão sendo distribuídos nas áreas afetadas pela seca nos rios para evitar que a população consuma água não potável, afirma o coronel. Os carros-pipa não conseguem chegar na maioria dessas áreas, nas quais o acesso principal se dá pelos rios.

"Carro-pipa para nós é difícil, não temos acesso por veículo. Por isso usamos como manobra contra a estiagem as cacimbas, que são buracos entre 30 a 40 cm que se faz na terra na tentativa de atingir um lençol de água subterrâneo. Devido ao terreno úmido da região, a água se acumula no solo", afirma ele.

A escassez de chuvas atinge o Estado desde outubro. Na região do rio Manaquiri, cuja baixa oxigenação na água deixou milhares de peixes mortos, a estiagem é comum, mas não com essa intensidade, explica o coordenador da Defesa Civil Estadual. "Sempre há algunas peixes mortos, mas neste ano o rio secou por completo", disse. O fenômeno El Niño, que causa o aquecimento das águas do oceano Pacífico, seria a causa da escassez de chuva.

A situação, que já é grave, não deve melhorar tão cedo. Segundo o coronel, a previsão é de que chova na regiões afetadas somente a partir de janeiro.
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Para ler outra matéria sobre o assunto, clique aqui

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Território Baixo Amazonas participa de Ação de Sensibilização do período do DEFESO em Santarém/PA


Desde a criação da UNIDA em 2002, varias instituições unem forças para trabalhar a educação ambiental promovendo simultaneamente, o desenvolvimento de conhecimento, de mudança de valores e de habilidades necessárias à preservação e melhoria da qualidade ambiental. Um destes trabalhos é a Ação de Sensibilização no DEFESO onde o objetivo é sensibilizar os pescadores, os atravessadores, comerciantes e consumidores sobre a instrução normativa nº 48 de 05 de Nov de 2007.

Nos dias 20 e 21 de novembro de 2009, no município de Santarém, foi realizado a ação de sensibilização do defeso nas feiras, mercados, frigoríficos, restaurantes e pontos de venda de pescado na área urbana de Santarém. As equipes foram formadas pelo CPDV – Campanha Permanente em Defesa da Vida (alunos das Faculdades Integradas do Tapajós – FIT) e por parceiros que formam a UNIDA como o: IARA, IBAMA, Secretaria Municipal da Produção Familiar - SEMPAF, Colônia de Pescadores – Z 20, Projeto da Rede Solidária de Pesca e a Secretária de Meio Ambiente - SEMA.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Rede Solidária da Pesca finaliza a execução das Oficinas de Formação de Formadores Planseq - Ecosol


Finalizamos a fase de execução das Oficinas de Formação de Formadores em 27 de novembro. Apesar de estarem previstas apenas duas oficinas (RJ/MG e AM/PA) com esse tema, optamos por realizar três, dividindo a única que havia sido prevista para a região norte em duas, uma em Santarém/PA e outra em Manaus/AM, devido às grandes distâncias que separam cada realidade no território amazônico.

De 18 a 22 de setembro, realizamos a primeira Oficina de Formação de Formadores, agregando os educadores e membros das coordenações pedagógicas locais de Minas Gerais e Rio de Janeiro, na comunidade de Barra do São João, municípios de Casemiro de Abreu. Participaram representantes da Associação Livre Aquicultura (ALA) de Barra de São João/RJ, Associação dos Pescadores de Itambi (ITAPESCA), Colônia de Pescadores de Cabo Frio/RJ, Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FIPERJ), Núcleo de Solidariedade Técnica (SOLTEC-UFRJ), Grupo de Beneficiamento do Pescado (BENESCA) de Macaé/RJ, Colônia de Pescadores de Pirapora/MG, Colônia de Pescadores de Ibiaí/MG, Núcleo de Pesquisa Socioambiental do São Francisco de Pirapora/MG (NUPASA-UNIMONTES).

A segunda Oficina de Formação de Formadores foi realizada em Santarém, de 04 a 08 de novembro, reuniu representantes de 11 municípios da calha do Rio Amazonas (Alenquer, Almeirim, Curuá, Faro, Monte Alegre, Óbidos, Oriximiná, Prainha, Santarém, Belem e Terra Santa), contando com uma forte presença de pescadores ligados ao Movimento dos Pescadores do Oeste do Pará e Baixo Amazonas (MOPEBAM), agentes das Unidades Integradas de Defesa Ambiental (UNIDAS), representante da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA).

A terceira e última Oficina de Formação de Formadores foi realizada em Manaus, de 23 a 27 de novembro de 2009, e reuniu 20 participantes representantes das seguintes instituições: Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, de Tefé/AM, Escola Estadual Gilberto Mestrinho, de Tefé/AM, Colônia de Pescadores Z4 de Tefé/AM, Instituto de Desenvolvimento Sustentável de Fonte Boa/AM, Cáritas de Manaus/AM, CEPAM de Manaus/AM, Instituto Chico Mendes (ICMBio), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas de Barcelos/AM (IDAM), Colônia Z-34 de Pescadores, um vereador, ex-pescador do município de Santa Isabel/AM, Associação de Pescadores de Novo Ayrão/AM e Secretaria Executiva de Pesca e Aqüicultura do Estado do Amazonas de Barcelos/AM (Sepa).

Finalizada essa fase, estão sendo ajustadas as diferentes realidades presentes nos distintos territórios da Rede Solidária da Pesca. Dois territórios (Rio de Janeiro e Minas Gerais) prevêem o início do primeiro curso "Gestão Social da Cadeia Produtiva da Pesca" para dezembro de 2009, e os territórios norte amazônicos (Amazonas e Pará) darão início aos módulos nos meses de fevereiro e março de 2010, devido ao período da safra em que se encontra no segundo semestre de 2009 essas regiões.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

I CULTURA EM REDE: CANANÉIA CIDADE EDUCADORA E III FESTA DA OSTRA DO MANDIRA


Participe e conheça as belezas naturais e culturais de Cananéia...

Entre os dias 19 e 22 de novembro acontecerá a "2ª Pegada Cultural" em Cananéia!!!!! Sem dúvida, o maior evento de cultura popular já realizado na cidade...

Na programação oficinas, debates, cinema, teatro, poesia, brincadeiras, capoeira, produtos agroecológicos, fandango, passeios e visitas a cachoeiras e praias, dança e muita música!!! Confira no anexo!

Entre as atrações musicais e teatrais: Mundaréu, Vê se Gostas, Mamulengo Fâmulos de Bonifrates e grupos de fandango caiçara locais...

Durante o evento, atividades programadas para acontecer na "III Festa da Ostra" da Comunidade Quilombola do Mandira.
Para saber mais:

Coletivo Organizador
Rua Antonio Colasso de Souza, 120
Carijó – Cananéia – SP
CEP: 11990-000
Tel.: (13) 3851-1201 ou 3851-3959

Blog: http://www.culturaemredecananeia.blogspot.com/
Correio eletrônico: cananeiaculturaemrede@gmail.com

REALIZAÇÃO: Associação Rede Cananéia e Ponto de Cultura “Caiçaras”/IPeC
PATROCÍNIO: Mais Cultura, Cultura Viva, Areté - Eventos em Rede, Secretaria de Cidadania Cultural, Ministério da Cultura e Brasil Um País de Todos

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Comissão aprova pagamento por insalubridade a pescadores


A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara aprovou no final de outubro o projeto de lei 5639 de 2009, do deputado Flávio Bezerra, do PRB do Ceará. A proposta determina um pagamento a mais no salário dos pescadores profissionais, por causa da insalubridade da profissão.

E o que é isso, afinal? Profissões insalubres são aquelas que oferecem riscos à saúde do trabalhador. No caso dos pescadores, podem ser considerados insalubres a exposição ao sol, como causador de doenças na pele, e o contato com plantas e animais marinhos, capaz de provocar machucados.

Tramitação

O projeto ainda precisa ser analisado pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição, Justiça e Cidadania.

Com informações do Jornal da Câmara

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Profª Ana Paula Thé - UNIMONTES disponibiliza apostila sobre Gestão Compartilhada de Recursos Pesqueiros para a Rede Solidária da Pesca




A professora Ana Paula Thé, da Universidade Estadual de Montes Claros e do Núcleo de Pesquisa-Ação Sócioambiental de Pirapora disponibilizou a apostila (Versão Preliminar) "Gestão Compartilhada de Recursos Pesqueiros: refletir para agir" para a Rede Solidária da Pesca.

Essa apostila foi elaborada pela professora Ana Paula Thé, Mauro Ruffino (MPA), Simão Marrul (IBAMA), e organizada por Daniela Kalikoski (FURG) e José Dias (IBAMA), para cursos que foram executados em 2007 e 2008 em Santarém, Pernambuco e Florianópolis, pelo IBAMA em parceria com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação).

Está na versão preliminar, mas deve sair publicada e distribuída pelo IBAMA para as colônias de pescadores do Brasil. O objetivo é que ela seja multiplicada pelos seus usuários por meio de grupos de estudos, cursos, etc.

Esperamos que aproveitem! Quem quiser fazer o download, é só clicar aqui. Agradecemos a professora Ana Thé.

Colégio de Pescadores de Macaé participa de evento em Portugal! Confira



segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Versão preliminar do relatório do Seminário de Construção do Projeto Educacional é publicado no nosso blog!


A versão preliminar do relatório do Seminário de Construção do Projeto Educacional da Rede Solidária da Pesca finalmente foi finalizado.

O esforço de sistematização da Rede é fundamental para que essa construção seja coletiva, de fato, entre todos os territórios. Além disso, essa sistematização tem o intuito de que esse documento seja um guia para as ações educativas que temos a executar pela frente, baseados na identidade de nossa rede.

A tarefa agora é validar esse documento com todos/as aqueles/as que participaram dessa construção durante a realização do seminário, que ocorreu de 27 a 31 de julho, no Rio de Janeiro. O documento será enviado a lista de discussão da Rede Solidária da Pesca na internet para que seja proposto modificações, alterações e aprimoramentos gerais.

Para quem quiser ter acesso ao relatório basta clicar aqui

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Santarém/PA e Manaus/AM definem datas para Oficina de Formação de Formadores - PLANSEQ ECOSOL


Depois de Rio de Janeiro e Minas Gerais realizarem sua Oficina de Formação de Formadores, agora é a vez dos territórios da região norte da Rede Solidária da Pesca realizarem essa oficina. No território Baixo e Médio Amazonas, a Oficina de Formação de Formadores será em Santarém/PA, de 03 a 08 de novembro. Já no território Médio-Alto Amazonas, a oficina será em Manaus, de 23 a 27 de novembro.

Ambas oficinas, além das entidades ligadas a Rede Solidária da Pesca, contam também com parcerias importantes, como no Pará, às Unidades Integradas de Defesa Ambiental (UNIDAS), a Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará (SEMA), o IBAMA, o Movimento dos Pescadores e Pescadoras do Baixo Amazonas (MOPEBAM) e a ONG IARA. No caso de Manaus, a oficina está contando com a parceria da CÁRITAS do Brasil e o CEPAM/AM - Instituto Chico Mendes.

Aproveitamos para lembrar que essas oficinas são partes integrantes do projeto "Educação e Trabalho em Rede: a formação social dos trabalhadores da pesca artesanal e de pequena escala na Rede Solidária da Pesca" - PLANSEQ ECOSOL/SENAES e pretende preparar os educadores para a execução de cursos ligados a "Gestão Social da Cadeia Produtiva da Pesca e Gestão COmpartilhada dos Recursos Pesqueiros", que serão realizados no início de 2010.

Mãos a obra!!!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

É TEMPO DE GUERRA NO MAR!


Essa semana foi veiculada na imprensa a notícia que a Petrobrás terá que pagar uma indenização financeira a 96 famílias de pescadores de Magé, da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

No entanto, a decisão não se refere em nenhum momento ao assassinato de Paulo César Santos, de 45 anos, que foi morto apenas seis horas depois da interdição das obras da empresa GDK, que ocorreu por denúncias da Associação dos Homens do Mar (Ahomar) da qual Paulo era tesoureiro.

A descrição desse assassinato é bárbara: três homens brancos entraram na casa do pescador e o retiraram. Sua esposa e filhos permaneceram no interior, ouvindo as agressões e gritos. O pescador levou pancadas durante meia hora. Paulo foi assassinado com cinco tiros, sendo três no rosto e dois na nuca. Os matadores fugiram, da casa, levando alguns papéis. Estavam em um golf branco, com a placa vedada.

Também não há notícias sobre as investigações das inúmeras ameaças de assassinato que o presidente da AHOMAR, Alexandre Anderson, já sofreu e o sério atentado no último 1° de maio.

Quem está com as mãos sujas nesse caso? Quem foram os mandantes? Quem executou de fato? Será que a indenização, apesar de uma vitória importante dos pescadores, se tornará o cala boca de um assassinato impune?

Postamos uma singela homenagem aos pescadores de Magé, lutadores, e especialmente ao trabalhador Paulo e sua família, com a música de Eliseth Cardoso, chamada Ginga Muxique. Clique aqui para ouvir.
Toda a nossa solidariedade!

Abaixo leia a notícia

PETROBRÁS TERÁ DE PAGAR SALÁRIO MÍNIMO A 96 FAMÍLIAS NO RIO

A Petrobras terá de indenizar em um salário mínimo por mês 96 famílias de pescadores de Magé, no Rio de Janeiro, que foram afetados pela instalação de gasodutos na Baía de Guanabara. A empresa tem até o fim de outubro para cumprir a decisão. A ordem foi julgada pela Justiça, a pedido do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro.

De acordo com o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, as 96 famílias foram prejudicadas pois o reboque e o afundamento dos dutos submarinos, nos projetos do Gás Liqüefeito de Petróleo (GLP) e Gás Natural Liquefeito (GNL), levaram à criação de zonas de exclusão de pesca, o que causou prejuízos para estas pessoas.

A Justiça também determinou que a Petrobras complemente, no prazo máximo de quatro meses, os estudos e os relatórios de Impacto Ambiental que geraram o licenciamento pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente(Inea), outro réu na ação. O objetivo do novo estudo é identificar os pescadores afetados pela Petrobras. Se ela não cumprir às ordens judiciais, pagará multa diária de R$ 20 mil.

A decisão também determina que o Inea cobre da Petrobras, em futuros licenciamentos, que os Estudos de impactos ambientais prevejam o ressarcimento dos prejuízos das famílias de pescadores atingidas pelas obras.

Com a decisão judicial, as empresas GDK e Oceânica, fornecedoras da Petrobras, deixaram de ser rés no processo.

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4014185-EI8139,00.html

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Rede Solidária da Pesca realiza Oficina de Formação de Formadores


De 18 a 22 de setembro foi realizada em Barra do São João, distrito de Casemiro de Abreu/RJ, a Oficina de Formação de Formadores do Projeto “Educação e Trabalho em Rede: a formação social dos trabalhadores da pesca artesanal e de pequena escala na Rede Solidária da Pesca”.

Esse projeto é parte do Plano Nacional de Qualificação em Economia Solidária – PLANSEQ ECOSOL e foi conquistado pela Rede Solidária da Pesca em 2008, quando participou dos editais públicos com uma proposta de formação social voltada aos pescadores de quatro territórios que compõe a rede: territórios Médio e Alto Solimões/AM, Baixo e Médio Amazonas/PA, Litoral Fluminense/RJ e Alto-Médio São Francisco/MG.

Essa oficina teve como objetivo preparar os educadores e equipes pedagógicas para a execução dos cursos previstos no PLANSEQ ECOSOL (SENAES/MTE) da Rede Solidária da Pesca e envolveu técnicos, professores, estudantes, pescadores e aquicultores familiares do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A oficina abordou temas conceituais, como aqueles ligados aos conteúdos programáticos do curso “Gestão Social da Cadeia Produtiva da Pesca Artesanal”, como Economia Solidária, Gestão Democrática e Autogestão, assim como temas teóricos metodológicos como educação popular, organização dos conteúdos programáticos, técnicas e recursos didáticos e outros assuntos referentes a prática de ensino e aprendizagem envolvida na execução dos cursos e oficinas.

Nessa oportunidade concretizou-se a proposta de formar uma rede de educadores populares da Rede Solidária da Pesca, que tem como objetivo organizar e dar continuidade ao processo de formação de formadores, proporcionar um acompanhamento das ações educativas e construir o Projeto Educacional da Rede Solidária da Pesca.

Agora é a vez da Oficina de Formação de Formadores Pará e Amazonas, na região Norte.
Vamos pra luta!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

II Festival de Tecnologias Sociais e Economia Solidária


Nos dias 01 e 02 de outubro o SOLTEC - Núcleo de Solidariedade Técnica da UFRJ e o Fórum Estadual de Economia Solidária realizam o II Festival de Tecnologias Sociais e Economia Solidária, cujo tema desse ano será Territórios em Rede. O Festival está organizado em três partes: Troca de Saberes, Trocas Culturais e a Feira de Produtos e Serviços e acontecerá no Campus do Fundão (Cidade Universitária), no Centro de Tecnologia.

Nas Trocas de Saberes na manhã do primeiro dia teremos uma mesa será sobre tecnologias sociais, economia solidária nos territórios e no segundo o debate é sobre a experiências das fabricas recuperadas pelos trabalhadores. A tarde, com uma programação simultânea, o público terá de escolher entre os eixos temáticos: culturas tradicionais e etnodesenvolvimento, agroecologia e agricultura familiar, rede de gestores e políticas públicas, tecnologia da informação e comunicação, cadeias e rede solidária de resíduos e estratégias de formação em economia solidária.

Na Feira o visitante terá oportunidade de conhecer e comprar os produtos e serviços oferecidos pelos empreendimentos de Economia Solidária, que incluem artesanato, alimentação natural, roupas customizadas e objetos de decoração. Os interessados poderão se inscrever nas Oficinas de reciclagem de papel, fotografia e de aquecedores soar. Uma novidade deste ano será a Feira de Trocas, onde não é permito o uso de dinheiro. Quem tiver alguma coisa que não precise pode levar e negociar por outra que tenha interesse.

Nos dois dias a programação dura o dia inteiro e terá no intervalo do almoço um gostoso e variado cardápio oferecido pelas Trocas Culturais. Aprogramação reúne produções da universidade e da cultura popular e inclui exposições, dança, performance e poesia. Após os debates, no final da tarde, o programa reserva momentos de descontração com espetáculos de jongo e samba de roda.

Os trabalhadore(a)s da economia solidária poderão participar de um curso de formação, que será concluído durante o Festival. As inscrições para esse curso serão feitas através dos Fóruns Locais de Economia Solidária.

Toda a programação é gratuita, mas como diversas atividades têm número de vagas limitadas a preferência de participação será de quem se inscrever primeiro. Portanto não perca tempo. As inscrições podem ser feitas diretamente pelo site do Festival no endereço www.soltec.ufrj.br/festival.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Definida as datas das Oficinas de Formação de Formadores - PLANSEQ/ECOSOL



A Rede Solidária da Pesca, após a realização do Seminário de Construção do Projeto Educacional em julho desse ano, inicia mais uma mobilização para a executar as duas Oficinas de Formação de Formadores referente ao Projeto "Educação e Trabalho em Rede: a formação social dos trabalhadores da pesca artesanal e de pequena escala na Rede Solidária da Pesca" - PLANSEQ ECOSOL, uma parceria da Rede com o MTE/SENAES.

A primeira oficina acontece de 18 a 22 de setembro e envolverá os territórios Litoral Fluminense/RJ e Alto-Médio São Francisco/MG. A segunda, prevista para outubro, está prevista para ocorrer em Manaus,juntamente com integrantes dos territórios do Amazonas e do Pará.

Agora, é arregaçar as mangas e colocar a mão na massa!!!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Seminário de Construção do Projeto Educacional da Rede Solidária da Pesca é realizado no Rio de Janeiro


De 27 a 30 de julho foi realizado o Seminário de Construção do Projeto Educacional da Rede Solidária da Pesca. O pressuposto do Seminário foi o da construção coletiva dos princípios e diretrizes do Projeto Educacional, buscando a articulação e a dialogicidade entre os diversos saberes presentes.

O encontro contou com a participação de mais de 30 técnicos e trabalhadores da cadeia produtiva da pesca artesanal e da aquicultura familiar dos quatro territórios abrangidos pela Rede: Litoral Fluminense (RJ); Alto e Médio São Francisco (MG); Alto Amazonas (AM); Baixo e Médio Amazonas (PA).

Estiveram presentes representantes da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES/MTE) – inclusive o Secretário Prof. Paul Singer –, do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), do Ministério da Educação e da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro. Vale citar a contribuição dos mestres Carlos Rodrigues Brandão (Instituto Paulo Freire) e Michel Thiollent (UFRJ).

O seminário foi um espaço muito rico para a reflexão sobre a definição de um projeto educacional voltado aos pescadores artesanais e aquicultores familiares pautado nas diversas experiências educativas que já estão sendo desenvolvidas em diversas regiões de nosso país.

Poder dialogar com diversos atores envolvidos em ações educativas com pescadores nos permitiu decidir caminhos e pressupostos que darão suporte as nossas ações dentro de uma compreensão comum do significado da formação social e no marco de princípios norteadores que serão fundamentadas às atividades educativas previstas. Importante ressaltar que o seminário cumpriu o papel de ser ao mesmo tempo um espaço de definição e concretização das ações, mas também de formação e reflexão teórica e conceitual sobre a identidade da Rede Solidária da Pesca.

O acúmulo das discussões ocorridas nos permitiu ter uma visão sobre os projetos de formação social que vamos desenvolver, definir os próximos passos, como a oficina de formação de formadores e iniciar o planejamento executivo das atividades nos diversos territórios.

As principais resoluções do encontro foram:

1. Princípios Educativos da Rede Solidária da Pesca
2. Definição das duas Oficinas de Formação de Formadores, no Rio de Janeiro e no Pará
3. Definição das linhas gerais da pesquisa que acompanhará a elaboração do Projeto Educacional da Rede Solidária da Pesca
4. Plano de Trabalho e definição das equipes pedagógicas locais e nacional.


Agora, é "por a mão na massa"! Parabéns a todos e todas que participaram de mais um momento de sucesso das ações da Rede Solidária da Pesca. Em breve vamos postar a sistematização dos trabalhos e o relatório do seminário.

Abaixo, transcrevo os princípios educativos da Rede Solidária da Pesca:

1. Concepção ampla da educação, reconhecendo como espaços educativos o mundo da vida.
2. Articulação entre educação e trabalho, buscando a não dissociação entre teoria e prática e que estimule a politecnia.
3. Uma educação que seja desenvolvida dentro de um processo contínuo
4. Uma educação que compreenda e respeite os diversos saberes existentes como saberes diferentes, que construa sínteses entre saber científico e saber tácito.
5. Uma educação que se estruture a partir da compreensão e do respeito ao tempo e do resgate e da valorização da cultura do pescador.
6. Uma educação voltada ao fortalecimento dos empreendimentos econômicos ligados a Rede Solidária da Pesca e a articulação destes com a Economia Solidária.
7. Uma educação comprometida politicamente com a emancipação dos trabalhadores da pesca da aquicultura familiar.
8. Uma educação dialógica e participativa, que não seja a simples transferência de conteúdos e informações.
9. Uma educação que parta das necessidades dos pescadores, que esteja ligada a um profundo conhecimento da realidade sócioambiental e da linguagem desses trabalhadores.
10. Uma educação baseada na construção histórico-crítica do saber.
11. Uma educação para impulsionar e expandir a gestão compartilhada dos recursos naturais e a sustentabilidade da pesca artesanal e da aquicultura familiar.
12. Uma educação para a cidadania que busque a equidade de genero, etnia e sexual.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Veja a Programação Final do Seminário de Construção do Projeto Educacional da Rede Solidária da Pesca!


Está finalizada a programação. Depois de algumas modificações por causa de conflitos entre as agendas dos diversos participantes, estou postando a programação finalíssima, aquela que, de fato, organiza o Seminário de Construção do Projeto Educacional da Rede Solidária da Pesca.

O seminário acontecerá na ASSUNÇÃO - ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL E DE AÇÃO SOCIAL - CENAM – Centro de Acolhida Missionária, R. Almirante Alexandrino, 2023 – Santa Teresa - Tels.: (0xx21)2224-9963 - (0xx21)2252-5931, Rio de Janeiro.

São aproximadamente 40 pessoas já confirmadas, vindas de Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Amazonas, São Paulo e Bahia. Todos e todas com o objetivo comum de elaborar e definir o projeto educacional de nossa rede.

Para fazer o download da Programação do seminário em pdf,clique aqui.
Para baixar o folder do evento, clique aqui.
Para baixar a carta que orienta e explica melhor o contexto em que se desenvolve o seminário e sua metodologia, clique aqui.

Nos encontramos lá!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Está chegando a hora! Confira os convidados e a programação do Seminário de Construção do Projeto Educacional da Rede Solidária da Pesca

Está se aproximando o Seminário de Construção do Projeto Educacional da Rede Solidária da Pesca. No início da próxima semana estarão reunidos no Rio de Janeiro pescadores, técnicos e professores de diversas partes e territórios brasileiros.

Amazonas, Pará, Minas Gerais, Brasília, Bahia e Rio de Janeiro estarão representados por pessoas ligadas a nossa rede e convidadas que estarão trabalhando coletivamente para construir o Projeto Educacional da Rede Solidária da Pesca e os fundamentos das ações educativas que serão executadas pelos territórios da rede durante dois anos.

Podemos destacar a presença de alguns ilustres e conhecidos convidados, que contribuirão muito com o seminário, como o do Prof. Carlos Rodrigues Brandão (UNICAMP,UFU E UNIMONTES), o Prof. Michel Thiollent (PEP-UFRJ) e o Prof. Paul Singer (USP e SENAES).

Além deles, tão importantes quanto, os pescadores de Minas Gerais, do Pará, do Amazonas e do Rio de Janeiro estarão também participando e construindo coletivamente nossos princípios educativos.

Tem que ir lá pra ver!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Pescadores tradicionais temem mais prejuízo com nova lei


Matéria do Jornal Campo Grande News sobre modificações da lei sobre a pesca no estado e os impactos sobre os pescadores tradicionais. Quem quiser ler no original, clique aqui.

Quarta-feira, 15 de Julho de 2009 12:10

Danúbia Burema
Marcelo Victor

Marilza conta que nos últimos três anos, a renda do marido diminuiu de R$ 1.000,00 para menos de R$ 800,00. “Agora o meu marido tem que subir para pescar no Pantanal”, revela.
Nesta tarde, cerca de 300 pescadores de comunidades nos municípios de Bataguassu, Coxim, Corumbá, Miranda, Aquidauana e Fátima do Sul irão discutir e apresentar sugestões para complementar a Lei da Pesca, em tramitação na Assembléia para regulamentar a atividade no Estado.

A polêmica veio à tona justamente na época da 3ª Conferência Estadual de Aquicultura, evento realizado até está quarta em Campo Grande, também promovido em diferentes regiões do Brasil como preparação para a Conferência Nacional, em Brasília (DF), em setembro.

O encontro ocorre desde ontem, no auditório da Escola Maria Constança de Barros, em Campo Grande, e tem como objetivo discutir as alternativas e os incentivos de que eles necessitam para o setor.

A discussão pelo estabelecimento de uma Lei da Pesca para o Estado teve início em 2007, e teve quatro audiências públicas para discutir a questão que logo virou polêmica.

Neste ano, o Governador André Puccinelli (PMDB) encaminhou projeto de lei referente a Pesca para votação na Assembléia Legislativa. Mas logo a proposta começou a sofrer ataqques da oposição, de prefeitos da bacia do Paraguai e entidades.

Desde que foi apresentado, o projeto já recebeu pelo menos 48 emendas. Dentre os pontos mais polêmicos está a liberação da pesca utilizando petrechos como redes e anzol de galho.

O receio dos profissionais do setor é de que toda essa polêmica acabe prejudicando pescadores tradicionais. Isso porque a lei prevê, dentre outras coisas, a liberação da pesca para barcos estrangeiros, o que irá deixar a concorrência desleal para os ribeirinhos.

De acordo com o superintendente federal de Aquicultura e Pesca, Valteci Ribeiro de Castro Júnior, a criação de uma lei para regular a pesca no Estado é necessária, para que o setor deixe de ser regulado apenas por portarias e regulamentações.

Entretanto, ele destaca que é necessário que essa lei contemple também os interesses dos pescadores tradicionais. “Uma Lei da Pesca não pode discriminar pescadores artesanais”, pontua.

Ribeirinhos - “A gente é marginalizado, não é reconhecido por ninguém e nem é beneficiário de nada”, afirma o pescador José Maria Toagliari Flora, de 55 anos, que vive no município de Bataguassu e sobrevive da pesca há pelo menos 25 anos. Ele reclama que como pescador profissional não tem direito sequer a um financiamento bancário para comprar barco e materiais de trabalho.

Outra reclamação é que a classe não consegue se aposentar pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) por tempo de serviço. “Mesmo que eu tenha 35 anos de serviço, com 40 eu não me aposento”, conta.

Para José Maria, especialista na pesca de Pintados e Tucunarés, a permanência no ramo é principalmente por ‘gostar do que faz’, porque além de não ter incentivos, a classe de pequenos pescadores é a menos beneficiada pela Legislação.

Dificuldades - Além da falta de incentivos na própria legislação e com os lucros diminuindo ano a ano, os pescadores ainda enfrentam resistências e dificuldades para continuar seu trabalho.

José Maria conta que quando precisa passar dias fora de casa pescando não tem sequer lugar onde possa parar. Isso porque os pescadores artesanais não têm autorização para pescar nos lagos de hidrelétricas, e nos rios há uma série de proibições.

Apesar disso, a última opção ainda é a mais viável. Entretanto, os trabalhadores ficam sem terra firme para estabelecer acampamento. “Os fazendeiros não deixam a gente acampar nas margens dos rios”, afirma.

Com isso, ele tem de passar a maior parte do tempo no barco. “Mas como é que eu vou fazer comida dentro do barco no rio”, questiona.

Alternativa - Para complementar a renda dos maridos pescadores, um grupo de dez mulheres de uma comunidade ribeirinha de Corumbá criou a Associação Amor Peixe, utilizando o couro do peixe para fabricar bolsas, agendas e assessórios.

O trabalho deu tão certo que já apresentado em rede nacional no Programa Domingão do Faustão, em janeiro deste ano.

Além da habilidade para trabalhar o couro do peixe, as mulheres têm em comum a preocupação com o futuro dos maridos pescadores. “Para eles só ficam as proibições. Agora querem proibir de vez até o anzol de galho”, afirma Marilza Maria de Campos, mulher de pescador e integrante da Associação.

A mulher reclama que os ribeirinhos se sentem desprotegidos pela legislação e as proibições só dificultam o trabalho dos pequenos. Para ela, petrechos como o anzol de galho e tarrafas deveriam ser permitidos aos pescadores profissionais. “Senão o pescador fica de pés e mãos atados”, reclama.

Marilza conta que nos últimos três anos, a renda do marido diminuiu de R$ 1.000,00 para menos de R$ 800,00. “Agora o meu marido tem que subir para pescar no Pantanal”, revela.

Segundo a ribeirinha, a situação é tão preocupante que até os peixes na região têm sumido nos últimos anos.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Confira a programação do Seminário de Construção do Projeto Educacional da Rede

Postamos hoje um panfleto com informações sobre objetivos, metodologia e programação do "Seminário de Construção do Projeto Educacional da Rede Solidária da Pesca. Estamos à aproximadamente 20 dias da realização do seminário, que acontecerá no Rio de Janeiro. Já estamos confirmando a presença de ilustres convidados, como o Prof. Carlos Rodrigues Brandão - UNICAMP/UNIMONTES e outros, como o Prof. Michel Thiollent (PEP/UFRJ) e o Prof. Moacir Gadotti (Instituto Paulo Freire e USP) estamos ainda aguardando a confirmação.

Importante ressaltar que esse seminário tem uma importância estratégica para a Rede Solidária da Pesca, pois desencadeará a execução das ações educativas da rede em 2009 e 2010 de dois projetos conquistados: "Educação e Trabalho em Rede a formação social dos trabalhadores da pesca artesanal e de pequena escala na Rede Solidária da Pesca" - PLANSEQ ECOSOL (SENAES/MTE); "Projeto de Realização de Oficinas para Capacitação dos Trabalhadores da Pesca em Elaboração e Gestão de Projetos" - SEAP.

Nesse sentido, convocamos todos os territórios que compõem a Rede Solidária da Pesca e parceiros de jornada a congregar-se conosco em mais esse capítulo de nossa história. Se você quiser baixar o folder em pdf, basta clicar aqui.

Aguardamos vocês. Até lá!



quinta-feira, 11 de junho de 2009

Representantes da Rede Solidária da Pesca participam de curso sobre Cadeia de Valor em Iraduba/AM a convite do CEPAM/AM


A convite do CEPAM/Instituto Chico Mendes - ICMBio (Centro de Pesquisa e Gestão da Biodiversidade Aquática e dos Recursos Pesqueiros Continentais da Amazônia) três integrantes da Rede Solidária da Pesca (Vera Maciel e Fátima Karine do SOLTEC/UFRJ - RJ - litoral fluminense e José Andrade (UNIMONTES/NUPASA - MG - alto médio São Francisco) participaram do curso de capacitação em "Cadeia de Valores – Metodologia Value Links", com ênfase nos recursos pesqueiros, que ocorreu durante o período de 1 a 4 de junho de 2009, na cidade de Iranduba/AM, próximo a Manaus.

Esse curso foi viabilizado pelo CEPAM em parceria com a Cooperação Técnica Alemã – GTZ, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas – IDAM, o Projeto Aquabio e o Sebrae/AM.

O objetivo principal da oficina foi "conhecer e descrever a metodologia de fomento a cadeias de valor – Value Links - com enfoque na sociobiodiversidade, construir equipes interdisciplinares para desenhar e implementar processos de fomento de cadeia de valor e incorporar as orientações metodológicas do fomento à cadeia de valor no trabalho diário,buscando capacitar possíveis multiplicadores na metodologia para apoiar nas futuras oficinas, iniciando a aplicação da mesma e buscar a criação de uma rede temática".

Durante quatro dias de intensos estudos, debates e reflexões sobre as relações econômicas que envolvem o mercado do pescado, o curso se estruturou em momentos conceituais com exposições do facilitador Gunter (GTZ) intercalados a momentos de exercícios práticos e dinâmicas onde se constriu, ao final do curso, o mapa da cadeia de valor do Pirarucu, Tambaqui, Peixes Ornamentaise e outros produtos da sociobiodiversidade.

A marca desse curso foi a diversidade de entidades presentes e a riqueza das discussões, que traziam à tona todas as problemáticas e dramas existentes na cadeia de valor dos diversos pescados amazônicos, problemas e potencialidades que os pescadores artesanais enfrentam todos os dias em seu trabalho na floresta.

Ao final, a participação da RSP teve um saldo bastante positivo. Foram aprendidas ferramentas de análise econômica importantes e que auxiliarão em muito as ações da Rede Solidária da Pesca voltadas aos empreendimentos econômicos e aos cursos de formação que serão realizados ainda esse ano e que se estenderá até a metade de 2009. Além disso, abriram-se, seguramente, potenciais novas parcerias com a Rede Solidária da Pesca no território alto e baixo amazonas.

Vale destacar a belíssima condução dos trabalhos pelo instrutor do curso, Gunter, que nos facilitou em muito o entendimento das ferramentas. E agora, nos fica a responsabilidade de replicar esse curso nos territórios de nossa rede.

É a Rede tecendo e se multiplicando na prática...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Pescador é assassinado no RJ



Ameaçado de morte, pescador é executado seis horas após protesto
por Michelle Amaral da Silva
25/05/2009 11:12

Veja a matéria clicando aqui!

O pescador que havia denunciado ameaças de morte foi espancado e executado com cinco tiros, no rosto e na nuca. Há forte indícios de que morte esteja ligada a protestos e denúncias contra empresa GDK

Leandro Uchoas, de Magé (RJ)

Às 10h30 desse domingo, foi enterrado o pescador assassinado na madrugada de sexta-feira, em Magé-RJ, sob clima de forte emoção e presença maciça de moradores e representantes de movimentos sociais. O crime que surpreendeu e chocou a cidade aconteceu em condições misteriosas. Paulo César Santos, de 45 anos, foi morto apenas seis horas depois da interdição das obras da empresa GDK, que ocorreu por denúncias da Associação dos Homens do Mar (Ahomar) da qual Paulo era tesoureiro.

Ainda não há provas claras da relação entre o assassinato e a interdição da obra. Entretanto, os indícios são incontáveis. Os pescadores da Ahomar vinham relatando ameaças de morte e atentados há meses. Denunciando violações de leis ambientais e trabalhistas, organizaram uma manifestação de 38 dias no mar, dificultando a continuidade das obras da GDK – que junto à Oceânica toca o projeto GLP da Petrobrás, uma das intervenções do PAC na Baía da Guanabara. A manifestação só parou após violenta ação repressiva do Grupo Aéreo Marítimo (GAM) e o Batalhão local (intervenção considerada arbitrária e ilegal pela juíza da Vara Cível de Magé, Suzana Cypriano).

O assassinato de Paulo ocorreu em condições estranhas. Às 11h30 da sexta-feira, três homens brancos entraram na casa do pescador, e o retiraram. Sua esposa e filhos permaneceram no interior, ouvindo as agressões e gritos. O pescador levou pancadas durante meia hora. A esposa alegou que só ouviu dos invasores perguntas sobre documentos, e sobre o presidente da Ahomar, Alexandre Anderson. Paulo foi assassinado com cinco tiros, sendo três no rosto e dois na nuca. Os matadores fugiram, da casa, levando alguns papéis. Estavam em um golf branco, com a placa vedada. Paulo estava afastado do movimento da Ahomar por questões de saúde.

Segundo Alexandre Anderson, o pescador estava muito tenso nos últimos tempos, e teria lhe pedido de forma muito enfática, na segunda-feira que antecedeu o crime, para que fosse embora de Magé. Alexandre já foi ameaçado de morte inúmeras vezes, e sofreu um sério atentado no último 1° de maio.

O projeto tem inviabilizado a atividade de pesca artesanal, e impactado seriamente o meio-ambiente da região, onde vivem cerca de 3 mil pescadores. A interdição da obra ocorreu por volta das 17h40 da sexta-feira, numa auditoria conjunta das Secretarias Municipais de Meio Ambiente e da Fazenda, e o Conselho Municipal de Meio-ambiente. Foram encontradas, pelo menos, 42 irregularidades no projeto, inclusive no processo de licenciamento do projeto.

Segundo os pescadores, a Petrobrás não se reuniu em nenhum momento para negociar alternativas. Na próxima quarta-feira, está previsto um ato de protesto em frente à empresa, no Centro do Rio. Também se planeja para junho uma audiência pública na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Fora as supostas violações ambientais, trabalhistas, e ao patrimônio histórico local, a Ahomar acusa a empresa de boicotar participantes e familiares de manifestantes dos empregos na empresa. A pesca teria sido reduzida em até 70% na região.


Mais relatos do prof. sidão, com uma novidade: clique aqui para ver o álbum das fotos da Missão a Maputo. Clique aqui para ver outro álbum.

Diário da missão a Maputo, 27 de maio de 2009

08h30h - Hoje saímos um pouco mais tarde, ao contrario do dia anterior, fomos ao e no norte de Maputo, precisamente fomos a Marracuene e Costa do Sol. Fomos novamente em duas caminhonetas 4x4, creio que sem elas ficaria difícil chegar aonde fomo. Fomos primeiro visitar a Unidade Produtora de Alevinos, iniciativa única em Maputo, em Moçambique há outras. Para chegar lá percorremos caminhos tortuosos, em solo arenoso, fofo, ora por capinzeiros de um lado e de outro passando por pequenas vilas, onde mulheres expunham produtos, sobre toalhas colocadas sobre o chão, para tentar vender tomates, cebolas, alfaces, biscoitos. Cruzamos por edificações sendo reconstruída, herança do período colonial, escolas infantis, repleta de “miúdos”. De fato são “miúdos”, como toda criança, lindas, em seu frescor, energia, e alegria que os fez levantar a mão para nos dar um alô risonho. Uma vista de uma vida dura, mas também se via uma vida digna, vimos nessa nova etapa pobreza, não miséria.

Abdul Magid é o nome de um dos proprietários da Unidade. Ele e mais quatro irmãos financiam o empreendimento. Eles herdaram a propriedade, nela há agricultura, de tudo um pouco, gado e a Unidade. Dos quatro é o único que trabalha no processo de produção. Abdul é descendente de árabe, o primeiro proprietário foi o seu avo, Sr. Jafar, ainda no século XIX, era conhecido como o rei das rosas, produzia inclusive rosas pretas! A Unidade, portanto, é de propriedade familiar e conta com empregados, portanto um empreendimento privado. Todo o financiamento veio da produção das culturas e da pecuária, obtém do governo apoio técnico. Há também o acompanhamento, ainda irregular, do responsável do IDPPE no município, o Pires, outro jovem articulador, fazendo o papel que o Inácio terá que realizar no Norte do estado do Rio, no tocante aos territórios da política da SEAP.

Observou-se que o tipo de produção é muito parecido com o que havia no Brasil, há mais de vinte anos, que há uma grande defasagem e diferenciação tecnológica, que isso deve ser levado em consideração. Não se deveria, analisou-se tentar qualquer colaboração que não levasse em consideração que a consolidação daquele empreendimento deva ser feito aos poucos e com as condições locais e moçambicanas para o setor. Eu fiquei muito bem impressionado com o que vi, contei doze tanques de 10 metros por cinco metros, com profundidade entre 1metro e 1,5 metros. Importante, a Unidade não faz engorda, como diz o nome, produz Alevinos, tilápias bem jovens.
Em seguida, voltamos às estradas tortuosas, voltando para Maputo, paramos um pouco na Costa do Sol, onde vislumbramos imenso recuo da maré da Barra de Maputo, algo parecido com o fenômeno de São Luiz. Disseram que nem sempre é assim. Isso permitiu vermos os pescadores fazendo manutenção de seus barcos, todos de madeira e a maioria a vela, poucos com motor, eu não vi qualquer. Perguntei a uma simpática dupla de jovens pescadores, que suavam para pintar o casco do barco, se tinham problemas de apodrecimento decorrente de animais diversos. Eles confirmaram, mostrando outros sem manutenção com problemas nos cascos. Eles mesmos constroem seus barcos, em suas casas, orientados por mestres. Há uma associação de mestres. Nem pensar em afirmar que se trata de pensamento coletivo, visto a ligeireza da conversa, foi dito por uns quatro pescadores que eles preferem que os barcos tenham motor, para não depender dos ventos. Eles precisam do barco, não podendo fazer pesca de arrasto de praia, pois a incidência de camarões e peixes é maior e mais rentável, ao redor da Ilha de Inhaca (aqui essa palavra não tem o significado de indolência ou preguiça), que fica uma distancia que se percorre normalmente em uma hora, mais ou menos, das margens da Costa do Sol.

É ressaltado pelo pessoal do IDPPE o obvio: que a Barra sofre menos com a poluição, seja sonora, seja de óleo diesel, exatamente pelo fato de não usarem e não terem mesmo condições de adquirirem motores. Ficamos de retornar mais tarde e novamente fomos para as caminhonetes e novamente fomos pelas estradas tortuosas, ainda mais, com cada vez solo mais arenoso, fofo, que sem o 4x4, como disse não seria possível chegar ao estuário aonde chegamos. Fomos a uma localidade de denominada Montanhana, do distrito de Marracuene, o mesmo da Unidade de Beneficiamento de Alevinos. Descemos das caminhonetes, ao lado da barra de Maputo, num lugar sem casas, muito bonito, e fomos orientados a arregaçar as calças ( eu não porque estava de bermuda), para poder atravessar o estuário. Foi a primeira vez que coloquei os pés nas águas do Oceano Indico, mesmo que numa barra. Foi emocionante, venho Ghandi à minha mente. Cada um experimentou a água de um jeito. Andamos uns 15 minutos e chegamos a um pequeno lugarejo, onde havia uma movimentação de pescadores e mulheres que não estão envolvidas na pesca direta (aqui elas não são consideradas pescadoras caso se dediquem a serem compradeiras ou vendedeiras). A reunião foi debaixo de uma ampla arvore, com tempo fresco de outono, numa elipse que não fechou. De um lado nossa missão somada a delegados e funcionários do IDPPE. Do outro lado, pescadores da comunidade, dirigentes da Associação dos Pescadores de Montanhana. O presidente e o vice presidente estavam com camisa e boné da Associação, No peito pudemos ler: Viva o 1o de Maio. Depois de já estar andando a reunião chegou o presidente do Conselho da Comunidade Pesqueira, fundada há três meses.

Todos se apresentaram em seguida a reunião foi aberta pelo jovem delegado do IDPPE, Pires, explicando a busca de uma colaboração entre Brasil e Moçambique. Mauro dirigiu-se aos pescadores, principalmente para dizer querer ouvi-los. Foram feitas varias falas, a primeira foi do pescador mais antigo presente, entremeado pelo presidente da associação, ambos se comunicaram no dialeto Xangana (penso que esteja denominando- o corretamente) . Pires ia traduzindo. Eles falaram olhando para o jovem facilitador. Denote-se que esse dialeto é falado em vários lugares da África. Foi muito tocante o momento, o cenário, as faces tensas e um cansaço claro. Não demorou para que outro jovem, a principal liderança deles, considerado por todos nos como a maior delas que contatamos até então. Ele reclamou de varias coisas com assertividade e muita clareza: primeiro, que estavam ali desde as 7 horas da manha, para receberam outra delegação estrangeira, de um grande projeto internacional ligado AA FAO, de boas praticas pesqueiras e beneficiamento, sediado na Tanzânia; segundo que souberam em cima da hora que nos iríamos aparecer. Terceiro, que eram 14h e que estavam cansados e muitos com fome ( a maioria vai e vem todo dia, não reside no local). Quarto lugar que não acreditavam nas promessas do governo, que ele era da FRELIMO, mas nem por isso deixaria de se queixar que a comunidade estava abandonada, que não possuía eletricidade, acesso viário etc.

É bom que se diga, a bem da verdade, que o pescador mais antigo, em Xangana, houvera falado sobre o grande problema do escoamento da produção. Diferentemente da comunidade visitada no dia anterior, da represa, eles dependem de compradeiras – que não são da comunidade – que vem comprar o produto. Alem disso reclamou que no tempo das chuvas, ou quando já alguma excepcional, fica impossível qualquer movimentação, seja para ir ou vir na região. Voltando ao jovem líder, ele reclamou fortemente da ausência de energia elétrica na comunidade, sendo que as vizinhas já possuíam e que isso iria demorar ainda muito tempo (quatro ou cinco anos). Foi levantado se ele possuía apoio em sua fala, pelo Ernesto do IDPPE, dois ou três outros dos presentes, fizeram coro ao debate. Muito bem, portanto as questões debatidas a seguir dos depoimentos foram as seguintes:

a) Energia elétrica, senão aquela originaria de redes, pensar em alternativas, como a energia solar;

b) Sobre a dificuldade do acesso por conta do estuário, Mauro bateu na tecla de não pensarem em curto prazo e tentarem fazer qualquer obra, pois ele é o responsável pela reprodução do estoque;

c) No debate foi levantado por alguns dos pescadores que o estoque estava diminuindo visivelmente e eles estavam debatendo se não seria o caso de construir uma Unidade de Criação de Alevinos;

d) Foi debatida também a necessidade de se ter refrigeração, pois isso os coloca na mão dos compradores. Ressalte-se que fruto do projeto citado anteriormente, sediado na Tanzânia, esta sendo construída uma unidade de tratamento para o pescado que chegar. Isso permitiu reflexões paralelas se não se poderia construir a prazo um centro integrado de pesca artesanal, segundo a filosofia de centros de pesca ou do CIPAR.

e) O debate político foi importante, pois colocou no palco a discussão sobre o gerenciamento do conflito, Particularmente o Mauro, frisou que deveriam exercitar a cidadania, a pressão ao governo, com propostas concretas, exercitando a pratica de representação participativa da associação e do Centro recém criado. Ou seja, de que as energias das reclamações ao governo deveriam ser focalizadas na busca de uma gestão social e compartilhadas dos recursos pesqueiros (essa qualificação é minha)
Ao final foi feito discursos do lado da missão e do IDPPE, para ser finalmente finalizado pelo presidente da Associação.

Comprometeu- se que as comunidades visitadas e a de Montanhana, deveriam estar nas reflexões do plano bilateral de cooperação que será elaborado ate sexta feira. Findo o debate, retornamos para as duas vans, novamente os caminhos tortuosos, e deparamos com a insólita e linda cena de um professor, debaixo de uma arvore, estava dando aula para crianças, entre sete e 10 anos, todas quietas, prestando muita atenção. As duas caminhonetes pararam recuaram e nos registramos nas maquinas o momento. Saímos rapidamente, pois as crianças começaram a se desconcentrar e ficamos temerosos em prejudicar o desenvolvimento do aparentemente talentoso professor. Cena rara! Ta registrada e esta no nosso álbum de fotos.

Finalmente, a caravana foi concluída na Costa do Sol, onde conversamos com um dos lideres do Centro Comunitário dos Pescadores, que muito rapidamente nos colocou a par dos principais problemas: refrigeração do pescado, acesso ‘a pesca, por conta dos mares, comercialização. A conversa foi muito rápida, seria temerário até concluir com alguma objetividade o que penso que seria o pleito, Com certeza foi apenas uma troca de impressões, diferente das analises, desenvolvidas tanto na Unidade de Beneficiamento, como na comunidade de Montanhana. Eram 15h30minh quando retornamos ao hotel, tomamos um banho e fomos almoçar ‘as 17h. Eu , Mauro e João, Luiz não foi por conta de ter ido visitar o Instituto de Desenvolvimento da Aqüacultura. INAQUA.

Embora cansados e com fome, foi inevitável que conversássemos sobre os desdobramentos para o dia de amanha. Depois da reunião protocolar com o ministro e o embaixador; visita ao Laboratório do Instituto de Fiscalização, da visita á Escola de Pesca e finalmente ao Instituto de Investigação e Estatística, depois dessa maratona matinal – vespertina inicial, ‘as 14h deveremos estar no IDPPE para negociar os elementos, conceitos, ações que deverão constar no plano de colaboração, levando em consideração a proposta enviada pelo ministro moçambicano ao do Brasil.
Há muita duvidas, claro, pois a responsabilidade é grande em propor um plano exeqüível, com duração de um ano e meio, ou menos, contando com 300 mil dólares, e que também garanta um legado. Parece que teremos que erigir artefatos, articulados com ações comunicativas e educacionais, ancoradas em instituições moçambicanas em parceria com brasileiras.

Conversamos também sobre a oportunidade de se propor amanha à tarde, rodadas paritárias, intercaladas com analises de cada um dos dois países, de sorte poder propiciar o livre debate, ao mesmo tempo a assertividade das propostas de cada pais.

Isso tentaremos amanhã, e que Deus nos ajude, e ele há de ajudar!

Sidão

Diário da Missão a Maputo - 26/05



Diário da missão a Maputo, 26 de maio de 2009

Hoje começamos mais cedo,7:30h. Saímos numa caminhonete 4x4 do Instituto de Pescas de Pequena Escala(IDPPE). Nós quatro:Mauro, João, Luiz e eu. O motorista, Sr Marco, natural de Inhanbame, Moçambique. Ele nos acompanhou até 19:30h quando retornamos ao Hotel. Numa outra caminhonete foram outro motorista, não anotei o nome dele, o Sr Ernesto, responsável pelo Departamento de Desenvolvimento Social do IDPPE.

Viajamos para a Represa (Albufeira) de Corumãne, instalada em 1989, após 8 anos de construção, distante 80 km aproximadamente de Maputo. A represa está ligada a um rio que vem da África do Sul, da qual se pode ver de lá a montanha que faz a divisa ao sul. Fomos ao distrito de Sabi (estou com dúvidas do nome depois confirmo). Desde essa época a pesca iniciou, organizaram- se os pescadores em associação para garantir o manejo dos recursos pesqueiros, centralmente tilápia. Lá iríamos visitar uma vila de pescadores, onde existem três associações de pescadores (Corumãne, 25 de setembro e 25 de julho) e um Centro de Comunidade Pesqueira, o qual junto com o Programa de Crédito Rotativo e as Associações tentam co-gerir o uso dos recursos comuns na região. Tentam, seja porque é recente a implantação e as limitações para essa prática, seja porque há muitos problemas de natureza política, como a guerra de libertação, divergências entre etnias, etc. Isso é apenas uma hipótese, carece de aprofundar com cautela.

Fomos ao local especial para reunir a comunidade, todo feito de bambu com vigas de estrutura de madeira, o chão é de terra, numa paisagem típica de savanas africanas, com muito espaços de terra abertos. Lá a terra é rica para plantação, o milho é central, mas sem chuva a plantação seca muito rapidamente. Encontramo-nos ali com o presidente da associação de pescadores de Corumãne (fundada em 2000) e a de Pescadores 25 de setembro, fundada em 2007 e o presidente do Centro da Comunidade Pesqueira (fundado em 2007 e iniciado em 2008).
Em seguida nos dirigimos a um dos quatro pólos de pesca na barragem. Há 217 pescadores nessa região que se ocupam da pesca na represa. Há dois tipos de peixes predominantes, a tilapia africana (grande) e a outra de tipo pequena. A tilápia é um peixe carnívoro, provavelmente afujenta outras espécies da represa. Entretanto pudemos ver outros peixes, poucos, bagre, e o surpreendente peixe tigre (com dentes enormes).

O processo na cadeia produtiva da pesca é o seguinte: os pescadores residem em barracas e barracos de palha, bambu, ao lado da represa , entre segunda e sexta. Eles colocam as redes de espera (emalha) e pela manhã recolhem e retiram os peixes. Não há trapiche, tampouco qualquer cais, Os barcos a remo, encostam na margem da represa e o peixe e vendido para a “compradeira”, paga 25 mequitais (aproximadamente U$ 1,00), paga 10 mequitais para o transporte, que não possuem refrigeração. A compraderia sobe no caminhão e vai vender (daí é a vendedeira) a 45 mequitais num entreposto que, segundo apuramos, consegue até 80 mequitais por quilo. Todos, pescadores, compradeiras, vendedeiras, transportadores são membros da comunidade.
Parece pelos depoimentos que toda essa tarifação é decidida em assembléia do Centro Comunitário dos Pescadores. As embarcações são feitas por serralheiros da região, a maioria é feito com chapas de ferro. Os remos são feitos de mandeira em duas partes pregadas (aquela que toca a água). Há poucos de madeira, pois não há arvores na região para tanto, dá muito trabalho conservar, entretanto é mais seguro, se virar não afunda, já o do metal, não.

As artes são redes, cujo tamanho entre as malhas são decididos também na comunidade. O inusitado para os nossos olhos são as preocupações dos pescadores com a perda total de redes, por conta de que a represa possui muitos crocodilos. Alias outro perigo para os pescadores são os hipopótamos que em período de crias pequenas, podem se assustar e atacar os barcos, Ano passado houve duas mortes decorrente do ataque de hipopótamos.

Após o recolhimento dessas informações, fomos novamente, de carro, é muito longe, para a sede do Centro Comunitário, onde foi debatido varias questões de muita importância para os pescadores, com destaque para: as varias possibilidades de manejo, período de defeso (os pescadores não recebem compensação pelo período), gelo (vem de Maputo), aqüicultura.

15h IDPPE – foi instalado o comitê técnico bilateral Brasil – Moçambique, após acordo entre o Ministro da SEAP e o das Pescas de Moçambique. Hoje, o relato foram dos vários órgãos que compõem o ministérios, IDPPE, Administração do Ministério, Fomento (um pouco apenas), Instituto de Fiscalização e Controle. O debate focalizou-se no conceito sobre pesca artesanal, cooperativismo, associativismo, metodologias de implicação de atores, manejo etc.

18h - Foi debatido o encaminhamento dos próximos dias:
Quarta, 8:30h, visita a experiência em aqüicultura, Almoço com o embaixador (a confirmar). À tarde visita a comunidade de pescadores artesanais de costa marítima, na Costa do Sol.

Quinta feira, 8h, Reunião com o Ministro da Pesca e com o embaixador brasileiro. 9h – Laboratório de Fiscalização e controle. 10h – Escola de Pesca. 12h – Instituto de Investigação pesqueira. 14:30h – no IDPE, inicio da negociação das propostas de parceria a serem executadas num ano. 17:00h encerramento.

Sexta feira – todo o dia está reservado para elaboração da ata e do protocolo de colaboração a ser assinado pelos dois ministros.
Por hoje é só, amanha continuo com os registros.

Sidão.

Diário da Missão a Maputo - 25/05



Oi pessoal,
Rápido, pois a rede esta lentíssima e estou a horas tentando enviar e, por isso, aproveito e envio para todos. Desculpem-me não individualizar.


Diário da missão a Maputo, 25 de maio de 2009


A programação foi a seguinte:

10h – Reunião na embaixada brasileira com o embaixador Antonio J.M. de Souza e Silva. Estávamos presentes Mauro, João, Luiz Henrique e eu. O encontro foi produtivo e orientador sobre as relações diplomáticas Brasil com Moçambique tendo em vista o acordo a ser assinado até sexta feira entre os dois países. O embaixador nos disse haver dezenas de projetos de intercâmbio, vindos de vários ministérios, outros órgãos e que até hoje apenas dois deles foram implantados. Foi bastante enfático para que se tente produzir um convênio que de fato produza efeitos concretos e visíveis.

11:30h – Reunião no Instituto de Desenvolvimento de Pesca de Pequena Escala – IDPPE. Estavam presentes, além de nós quatro: Simeão Lopes, diretor do IDPPE; Maria Ascenção, diretora adjunta do IDPPE; Ernesto Poiose – Departamento de Desenvolvimento Social – IDPPE; Dulce Penguana, Departamento de Planificação Técnica e Cooperação – IDPPE; Augusto Nhampule – Diretor Nacional da Administração Pesqueira, Isabel Omar – Instituo de Desenvolvimento de Aquacultura –INAQUA; Ilidio Banze – técnico do INAQUA; Angelina Dengo - Departamento de Cooperação Internacional do Ministério das Pescas.

11:30h – A reunião foi aberta pelo diretor do IDPPE . Esclareceu-se haver relações pontuais com o Brasil, no Cearta, no Projeto Comunitários da Prainha e com a UFSC, onde dois técnicos do Ministério cursam mestrado em aqüicultura. Em seguida negociou-se o objetivo do encontro dessa semana. Após o debate ficou decidido que o fórum fosse entendido como uma Comissão Técnica Bilateral a ser chancelada pelos dois ministros, o que lhe atribuiria poderes para sancionar oficialmente o que fosse acordado. No meio da tarde, tanto o Ministro das Pescas, como o da SEAP, formalizaram o acordo, via internet. Foi constituída então a Comissão Técnica Bilateral, restando ainda informar quais são os nomes que serão oficialmente designados, em particular do lado moçambicano.

13:30h – Mauro Ruffino fez uma apresentação sobre Gestão Compartilhada de Recursos Pesqueiros, primeiro sobre Lagoa dos Patos, que presenciou durante sua graduação em Rio Grande, lá ocorre importante experiência de manejo participativo. Em seguida apresentou a experiência do Projeto Pro - várzea. Finalmente explanou sobre o Departamento de Registro e Estatística Pesqueira, na qual é o diretor.

14:30h – Almoço

15:00h – João apresenta os programas e projetos em desenvolvimento que estão sendo implementados pela Coordenação Geral da Pesca Artesanal, dirigido por ele.

15:30h – Luiz apresentou os programas de aqüicultura da SEAP da Coordenação Geral de Aqüicultura Continental.

16:00h – Eu apresentei a historia, diretrizes, prioridades e planos para 2009, 2010, no âmbito nacional e internacional.

16:30h – balanço da reunião, acordou-se a nossa visita a uma região de pesca, amanha, 7h da manha, nos arredores de Maputo.

Ficou também acertado que às 15h retornaremos para o IDPPE, de sorte podermos ouvir os programas do Ministério das Pescas de Moçambique. Foi comunicado também que o ministro recebera a missão brasileira na quinta feira próxima, às 08:30h em seu gabinete. Acordamos entre nós quatro que convidaremos o embaixador brasileiro para nos acompanhar no encontro, para selar oficialmente o comitê técnico bilateral.
Na quarta-feira e na quinta-feira estão previstas novas visitas que eu informo posteriormente. Sexta-feira está reservado para detalhar o convênio, com metas, responsabilidades e orçamento.

A Agencia Brasileira de Cooperação reservou US$ 300.000,00 para ser utilizado até o final de 2010. Além disso, foi anunciado pelo Mauro, haver recursos canadenses, sem precisar o valor que poderiam ser utilizados até o final de 2010.

Considerações finais - eu avalio que ainda está incerto os termos do convênio que será estabelecido, visto que os vários departamentos apenas hoje tomaram pé da situação, apesar do Ministro ter enviado ao Brasil uma planilha com demandas. Problemas de comunicação trouxeram dificuldades que a gente espera que sejam contornados.
Sidão.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Relatos de África: Diário de Viagem a Maputo/Moçambique do Prof. Sidney Lianza



Pessoal, restabelecida a internet em casa, estou editando as postagens para serem melhor aproveitadas. Desculpem-me pela demora nas postagens. Aproveito a oportunidade para saudar nossos irmãos africanos. Abraços Sidão, Mauro e demais que compõem a missão.

Diário da missão a Maputo, 24 de maio de 2009

Oi Claudio Dimande (o amigo moçambicano do SOLTEC)



Voce (Claudio Dimande)pode, deve comemorar, nós devemos a voce essa viagem, não só, mas fundamentalmente. (...) Há uma falta de diálogo entre todos os departamentos, pequeno porte, aquicultura e demais.Ontem saimos para almoçar num restaurante ao lado da 25 de setembro, proximo do palácio do Primeiro Ministro.

Estamos aqui, Mauro, Luiz Henrique (técnico da area de aquicultura da SEAP) e João (coordenador geral da pesca artesanal) e eu. O clima entre nós esta muito bom, Comi ontem uma posta grelhada de garoupa grelhada maravilhosa.

Hoje saimos para conhecer um pouco melhor a cidade. Primeiro fomos ao Mercado Municipal de 1901, muitos agradável, onde tivemos o primeiro contato com os legumes, verduras, peixes oferecidos na cidade e o maravilhoso artesanato, esculturas de madeira (principalmetne ebano), pinturas, etc, etc.


Depois pegamos um táxi e fomos ao Mercado do Peixe, algo bem mais informal, onde fiquei encantando com a diversidade, com o frescor (tudo do mesmo dia, da Baia de Mapucto), caranguejos vivos, peixes (diversos, cores e tamanhos diversos), ameijos (moluscos) vivos, camaroes de varios tipos - até o camarão tigre (mais ou menos 20 cm de comprimento! ). Caminhamos ao longo da praia, bastante, vimos o povo jogando futebol na praia, passeando, jogando conversa fora, ouvindo musica enconstados nos carros, varios panos coloridos = lindos, de todos os tipos e tamanhos = uma pintura para nos avisar definitivamente que estavamos em Africa.

Passamos em um lugar que esculpia e vendia estatuetas de ebano. Vimos varios vendedores ao longo da calçada

Sempre tomando o cuidado de não morrer atropelado por conta da mão inglesa!!!!! !!!!!!!!! !!Um perigo.
Em seguida ficamos quase tres horas num restanurante, nos quatro, comemos lula, camarao, vermelho, risoto de frutos do mar, torti de maracuja, tudo maravilhoso.
O que mais impressiona é a quantidade de Claudios Dimandes que a gente ve por aqui. Por todo lado, com o sorriso e o sotaque...

Fomos so shopping que inauguraram acho que há um mês. Fica aqui ao lado. Com certeza nada a ver com a cultura local, simbolo da globalizaçao, O que mais me revoltou na maioria esmagadora das lojas os manequins e as propagandas eram homens brancos,de todos tipos. Foi irritante tamanho desrespeito declarado.

Fizmos compras no supermercado para nao ter que ficar na mao do hotel.

Estamos agora aqui, para nos preparar para o primeiro dia.

Amanha 10h reuniao com o embaixador brasileiro, 11:30h inicia reuniao no IDPE (PESCA DE PEQUENO PORTE) onde todos nos apresentaremo- nos, incluindo outros departamentos que nao estavam previtos (aquicultura etc) . A Rede Solidaria da Pesca eu apresntarei aa tarde.
Terça e quarta iremos visitar lugares onde desenvolve-se pesca artesanal continental e aquicultura, Alem disso deversmo ir visitar a Escola de Pesca.

Amanhã tento dar mais boas novas.

Beijos felizes de poder estar vivo e aqui!

Sidão

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Rede Solidária da Pesca participa de missão oficial brasileira a Moçambique sobre desenvolvimento da pesca

Aos companheiros da UFRJ e da Rede Solidaria da Pesca,

Está confirmada a missão a Moçambique. A delegação é chefiada pela SEAP, na pessoa do Mauro Ruffino, junto com o técnico em aquicultura, Luiz Henrique, e o professor Sidney Lianza pelo SOLTEC - UFRJ e pela Rede de Solidariedade da Pesca. A viagem acontece nessa sexta-feira dia 22/05.


Essa missão foi um trabalho iniciado em dezembro de 2006, com destaque permanente para Claudio Dimande(SOLTEC/UFRJ)onde esteve este tempo todo articulando as bases desse intercâmbio. Fez a visita em dezembro daquele ano, em nome do SOLTEC e da PAPESCA, para apresentar os dois projetos e convidar o Instituto de Pesca de pequeno porte a comparecer ao II seminario em Macae, que fundou a Rede Solidaria da Pesca.

Depois de muitas voltas e luta, finalmente conquistamos a missão. Estamos de parabéns! É uma homenagem ao companheiro moçambicano Claudio Dimande.
Boa Viagem Sidão!

terça-feira, 19 de maio de 2009

A nossa pequena homenagem ao poeta Mario Benedetti

Domingo, dia 17 de maio, faleceu o poeta uruguaio Mario Benedetti (1920-2009). A América Latina encontra-se em luto. Abaixo, publicamos uma das três poesias enviadas pelo companheiro Vicente, o Vini, do RJ, que teve a iniciativa de postar essa bela homenagem ao poeta.

Hagamos un trato

Cuando sientas tu herida sangrar
cuando sientas tu voz sollozar
cuenta conmigo.
(de una canción de Carlos Puebla)


Compañera,
usted sabe
que puede contar conmigo,
no hasta dos ni hasta diez
sino contar conmigo.

Si algunas veces
advierte
que la miro a los ojos,
y una veta de amor
reconoce en los míos,
no alerte sus fusiles
ni piense que deliro;
a pesar de la veta,
o tal vez porque existe,
usted puede contar
conmigo.

Si otras veces
me encuentra
huraño sin motivo,
no piense que es flojera
igual puede contar conmigo.

Pero hagamos un trato:
yo quisiera contar con usted,
es tan lindo
saber que usted existe,
uno se siente vivo;
y cuando digo esto
quiero decir contar
aunque sea hasta dos,
aunque sea hasta cinco.

No ya para que acuda
presurosa en mi auxilio,
sino para saber
a ciencia cierta
que usted sabe que puede
contar conmigo.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Primeira conquista em rede da Rede Solidária da Pesca


Representantes da Rede Solidária da Pesca estiveram em Brasília na formação de formadores nacionais para a execução do Plano Setorial de Qualificação em Economia Solidária (PLANSEQ ECOSOL). Nessa atividade importante recebemos duas notícias que representam um marco histórico para a Rede Solidária da Pesca.

Depois de 2 anos e meio de construção coletiva, de batalha, de articulação, tivemos o primeiro projeto aprovado com recurso liberado da Rede. Foi fruto da parceria com a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República SEAP/PR, que é a financiadora do projeto.

Na terça-feira foram liberados os recursos do projeto para executar as Oficinas de Elaboração e Gestão de Projetos, que também viabilizará a realização de um seminário para o início da construção do Projeto Educacional para a Pesca, que vínhamos construindo aos trancos e barrancos. Além disso, viabilizará termos uma pessoa preocupada com a coordenação pedagógica de todo esse processo.

Importante lembrar que além desse recurso já disponibilizado, há também os recursos do PLANSEQ ECOSOL, que estão aprovados e estão em processo de liberação e que estão disponíveis para a execução de dois cursos com duração de 200 horas cada (Gestão social da Cadeia Produtiva da Pesca Artesanal e Gestão Compartilhada dos Recursos Pesqueiros) em cinco municípios presentes em territórios da RSP (Santarém - PA, Parintins - AM, Pirapora - MG, Tefé - AM e Cabo Frio - RJ). Há também mais quatro oficinas sobre exigência sanitárias para os empreendimentos econômicos ligados a pesca artesanal e comércio justo e solidário.

Agora, é arregaçar as mangas e trabalhar. Parabéns a todos e todas por essas primeiras conquistas, de muitas que ainda virão.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Pescador sofre atentado a balas no Rio de Janeiro

Pessoal,

Hoje a boniteza da vida, como dizia Paulo Freire, deu lugar a feiura da vida. Alexandre Anderson, trabalhador da pesca e integrante do movimento "Grupo Homens do Mar da Baía de Guanabara", sofreu um atentado violento contra a sua vida na madrugada do dia 30 de abril por causa de sua luta contra as irregularidades cometidas pelo Pólo Petroquímico em Itaboraí - RJ da Petrobrás. Abaixo, segue o relato do próprio Alexandre.

Abaixo do relato está a carta denúncia do ocorrido e pedimos que todos e todas reencaminhem essa moção como indicado na mensagem para pressionar as autoridades realizarem imediatamente uma investigação séria que apure os envolvidos.

Para finalizar essa postagem, trago mais uma de Paulo Freire, que dizia que há dois sentimentos, duas emoções éticas que movem as transformações sociais: o amor e a raiva. Não podemos mais permitir essa escalada de criminalização dos movimentos sociais em nosso país continue. Todo nosso apoio Alexandre.

Relato de Alexandre

Caros amigos neste momento estou indo para um lugar seguro, com minha esposa e filho, longe de minha casa e trabalho, pois "hoje por volta das 00:30 hs., chegando da pesca fui recebido á "tiros" de "arma de fogo", feitos da direção do canteiro de obras do "Projeto GLP da Baía de Guanabara", onde verifiquei dois indivíduos correndo para minha direção, os disparos passaram próximo a mim alguns centímetros, sem contar as ameaças constantes por telefone. Justamente no mesmo período que vem acontecendo o "Protesto dos Pescadores em Praia de Mauá, em frente ao canteiro do Projeto GLP - PETROBRAS S.A. Estou no dia de hoje fazendo ocorrências policiais.

Farei contato futuro.

Obrigado.

Alexandre Anderson - Grupo Homens do Mar da Baía de Guanabara

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Excelentíssimo Senhor,

É com imenso pesar que lhe dirigimos esta correspondência. As organizações que a escrevem –e subscrevem- são reconhecidas em suas respectivas áreas pelo trabalho que realizam pela ampliação e reforço do cumprimento dos direitos humanos e constitucionais dos cidadãos brasileiros em sua concepção ampliada, incluindo direitos econômicos, sociais, políticos e culturais.

Foi com muita revolta e indignação que recebemos a notícia do atentado contra a vida do Sr. Alexandre Anderson, presidente do Grupo Homens do Mar na madrugada do dia 30 de abril de 2009 em sua casa no Rio de Janeiro. Esta organização e o Sr. Alexandre vêm acompanhando a atuação da Petrobras na Baía de Guanabara há um bom tempo e denunciando sistematicamente suas violações e crimes. Talvez por isso venha sendo constantemente vítima de ameaças e perseguições, que culminaram no crime que é objeto deste ofício.

O registro de ocorrência deste atentado deu-se em sua delegacia, por isso resolvemos lhe encaminhar este ofício como forma de protestar e exigir a tomada das devidas providências a respeito deste terrível crime. Nós estaremos acompanhando todo esse processo. Esperamos que os direitos humanos sejam válidos e respeitados em nosso país em todas as situações e que possamos contar com o apoio de sua instituição nesta empreitada. Aguardamos os encaminhamentos e as providências que a sua delegacia tomará a respeito deste atentado.

Atenciosamente,

Enviar fax para:

66 º Delegacia de Polícia
Delegado Dr. José Mario Alves dos Santos
Endereço Av. Santos Dumont s/n Piabetá
Tel: (21) 3399-5260

terça-feira, 5 de maio de 2009

Pescadores da Amazônia

Olá pessoal,
Publico hoje, dando continuidade a nossa exposição virtual de pescadores do mundo, uma foto publicada originalmente pelo Instituto Sócioambiental, enviada pelo nosso amigo Vini. Obrigado Vini!! Mande sempre!!


Os Arawete em pesca coletiva, no começo da estação seca, em lago próximo da aldeia com o "hara". Foto: Eduardo Viveiros de Castro, 1982.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Pescadores do Paquistão


Olá pessoal,

Para evidenciar como a pesca artesanal é universal, posto hoje uma bela fotografia de pescadores do Paquistão voltando de um dia de trabalho na cidade de Karachi, que foi publicada pela Agência de notícias Reuters e reproduzida pelo site da UOL.

Abraços

quinta-feira, 30 de abril de 2009

A Rede Solidária da Pesca e a organização do IV Seminário de Gestão Socioambiental para o Desenvolvimento Sustentável da Aqüicultura e da Pesca

O Workshop ”Rede Interativa de Ensino e Pesquisa para a Pesca e Aqüicultura de Pequena Escala”, coordenado por Antônio Marcos Muniz Carneiro – COPPE/UFRJ e José Antonio Aravena Reyes – NETEC/UFJF, foi realizado no município de Arraial do Cabo, Estado do Rio de Janeiro, Brasil, entre os dias 02 e 03 de abril de 2009, como uma das sessões técnicas do III Seminário de Gestão Socioambiental para o Desenvolvimento Sustentável da Aqüicultura e da Pesca – III SEGAP (www.producao.ufrj.br/segap).

O workshop teve por principal objetivo proposto avaliar um modelo de rede interativa de ensino e pesquisa para a pesca e aquicultura de pequena escala ou familiar. Ao final, os representantes das instituicoes presentes, no caso da Rede Solidária da Pesca, Sydney Lianza, Vera e Karine da RSP fluminense, pertencentes a diversas e diferentes instituições do Brasil, da Argentina, do Chile e da Espanha, assumiram o seguinte compromisso: consultar as respectivas instituições sobre a proposta de elaboração compartilhada do projeto do IV SEGAP para 2010. O prazo para a comunicação destas consultas é de 02 meses, contados a partir da data de validação desta Carta-Compromisso.

O prazo para que a Rede Solidária da Pesca se posicione sobre os termos da carta compromisso se estenderá até o dia 03 de junho de 2009. Portanto, a proposta é realizar um debate entre todos e todas que fazem parte da Rede Solidária da Pesca no Brasil para se elaborar um posicionamento definitivo e democrático sobre a carta de compromisso e nosso envolvimento com a organização do IV SEGAP.

Abaixo coloco a carta. Temos possibilidades de debater na lista e também através de comentários dessa postagens. No caso de comentários, basta ir até o final da postagem e clicar em cima do comentário. Logo aparecerá uma janela pop-up e mostrará os comentários.

Mãos à obra gente!

III SEMINÁRIO DE GESTÃO SOCIOAMBIENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA AQUICULTURA E DA PESCA NO BRASIL – III SEGAP

Arraial do Cabo, 01 a 03 de Abril de 2009.


Carta-Compromisso



O Workshop ”Rede Interativa de Ensino e Pesquisa para a Pesca e Aqüicultura de Pequena Escala”, coordenado por Antônio Marcos Muniz Carneiro – COPPE/UFRJ e José Antonio Aravena Reyes – NETEC/UFJF, foi realizado no município de Arraial do Cabo, Estado do Rio de Janeiro, Brasil, entre os dias 02 e 03 de abril de 2009, como uma das sessões técnicas do III Seminário de Gestão Socioambiental para o Desenvolvimento Sustentável da Aqüicultura e da Pesca – III SEGAP (www.producao.ufrj.br/segap). Tal workshop teve por principal objetivo proposto avaliar um modelo de rede interativa de ensino e pesquisa para a pesca e aquicultura de pequena escala ou familiar. Ao final, nós, coordenadores e convidados deste workshop, pertencentes a diversas e diferentes instituições do Brasil, da Argentina, do Chile e da Espanha, assumimos o seguinte compromisso: consultarmos as nossas respectivas instituições sobre a proposta de elaboração compartilhada do projeto do IV SEGAP de 2010. O prazo para a comunicação destas nossas consultas é de 02 meses, contados a partir da data de validação desta Carta-Compromisso.

Cabe ressaltar que, com um enfoque mais amplo abrangendo a gestão do uso de recursos de ecossistemas aquáticos como fontes de alimentos na interface com outras atividades de produção industrial com grandes impactos antrópicos (mineração, exploração offshore de hidrocarbonetos, hidroelétricas, agricultura, etc.), o seminário propõe-se contribuir para o avanço do conhecimento técnico-científico da gestão do multiuso sustentável de bacias hidrográficas, estuários, lagos, lagunas, zonas costeiras e marinhas. A sua metodologia tem auxiliado a comunidade científica na interlocução interdisciplinar de alternativas para intervenções promissoras à rentabilidade máxima da produtividade da aquicultura e da pesca como vetores de reversão da degradação desses ecossistemas e da redução dos índices de desenvolvimento humano.

Por pressupor as instituições tradicionais de regimes de apropriação dos recursos naturais de pequena escala como sendo preponderantes para o desenvolvimento sustentável, o III SEGAP deu maior relevância à pesca artesanal tradicional. Ressaltou esta atividade como manejo sustentável de ecossistemas hidrobiológicos, por refletir a capacidade milenar de populações tradicionais na extração da fauna e flora aquáticas, com respeito aos ciclos vitais destes recursos vivos, para fins de subsistência e reprodução da vida social. Nesse sentido, as reservas de proteção dos estoques pesqueiros e da pesca artesanal foram destacadas, pelo tema central do evento, como iniciativas promissoras para reverter os impactos, provocados por mudanças não lineares, potencialmente irreversíveis de degradação ecossistêmica e, concomitantemente, combater a exacerbação da pobreza, em atendimento aos objetivos do Programa Millennium Ecosystem Assessments, PNUD/ONU.

No contexto da área de conhecimento “gestão de recursos naturais”, a principal finalidade do SEGAP tem sido promover o mapeamento, a reflexão e a difusão de pesquisas e de iniciativas promissoras para o desenvolvimento e a transferência de novas ferramentas de avaliação e gestão socioambientais da aqüicultura e da pesca na interface com outras atividades de produção econômica em ecossistemas aquáticos. Os resultados obtidos de cada evento têm como destinatários preferenciais os protagonistas sociais dos seguintes segmentos: a) a Produção – profissionais (pescadores e aquicultores) e empresários da pesca e da aquiculura; b) as Políticas Públicas - gestores de organizações governamentais do setor; e c) Ensino/Pesquisa: pesquisadores, professores e estudantes de pesca, aqüicultura e gestão de recursos de ecossistemas aquáticos.

Ressaltamos que esta proposta resultante do referido workshop, ao contrário de se constituir em mais uma rede interdisciplinar de pesquisa e desenvolvimento, visa ao estabelecimento de conexões com redes já existentes e instituições afins com a área de conhecimento do SEGAP e cujos arranjos institucionais orientam-se por uma lógica reticular. E isso implicará no auxílio de tecnologias computacionais e discursivas integradas e apropriadas à organização, manutenção e desenvolvimento das interconexões intra e interinstitucionais. O SEGAP, um evento de natureza científica, tem-se caracterizado pela busca do diálogo da comunidade científica de gestão da aqüicultura e da pesca na interface com o multiuso dos ecossistemas aquáticos com os setores produtivos e de políticas públicas de gestão ambiental e de produção pesqueira.

Com esta iniciativa, esperamos dar início a um diálogo profundo, profícuo e necessário entre as instituições acadêmicas e de profissionais da aqüicultura e da pesca que têm em comum a sustentabilidade da pesca artesanal para que tornem possíveis no presente novas formas de sociabilidade com as populações tradicionais costeiras e ribeirinhas, principalmente, os pescadores artesanais, em prol das futuras gerações.

Abaixo, subscrevemo-nos:

Arraial do Cabo, 03 de abril de 2009.


Ana Graça Valle de Carvalho
Diretora do CEFET Química em Arraial do Cabo/Coordenadora do Núcleo II de Pesquisa de Pesca e Aqüicultura Familiar – MEC/SEAP, Brasil.
nanambiental@gmail.com


Antônio Marcos Muniz Carneiro
Coordenador Executivo Projeto Ressurgência – COPPE/UFRJ, Brasil.
carneiro@pep.ufrj.br


Caduzzi Vera Salas
Coordenador da América Latina da Red de Comunidades de Pescadores para a Pesca Artesanal Sustenible – RECOPADES, Chile.
recopades@gmail.com


Cláudia Regina dos Santos
Observatório do Litoral Catarinense/NMD/UFSC, Brasil.
biolsantos@hotmail.com


Jose Antônio Aravena-Reyes
Pesquisador do Projeto Ressurgência – COPPE/UFRJ, Brasil.
elpepepizarro@msn.com


Jose Luis Ascorti
Presidente da Red de Comunidades de Pescadores para a Pesca Artesanal Sustenible – RECOPADES, Argentina.
recopades@gmail.com


Sidney Lianza
Rede Solidária da Pesca http://redesolidariadapesca.blogspot.com/
SOLTEC/UFRJ - Núcleo de Solidariedade Técnica / UFRJ www.soltec.ufrj.br, Brasil.
lianza@ufrj.br